De setembro a dezembro deste ano, por força de uma decisão judicial, centenas de pesquisadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior não puderam executar a avaliação de cursos de mestrado e doutorado. Muitos deles responsabilizam a presidência do órgão, ligado ao Ministério da Educação, que não teria recorrido a instâncias superiores com a devida celeridade para reverter esse quadro. Em meio a esse impasse, e diante de uma série de outras denúncias, pelo menos 114 pesquisadores de quatro áreas deixaram a Capes, em movimento inédito.
De setembro a dezembro deste ano, por força de uma decisão judicial, centenas de pesquisadores da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior não puderam executar a avaliação de cursos de mestrado e doutorado. Muitos deles responsabilizam a presidência do órgão, ligado ao Ministério da Educação, que não teria recorrido a instâncias superiores com a devida celeridade para reverter esse quadro. Em meio a esse impasse, e diante de uma série de outras denúncias, pelo menos 114 pesquisadores de quatro áreas deixaram a Capes, em movimento inédito. Renata Lo Prete recebe o ex-ministro da Educação e ex-diretor da Capes Renato Janine Ribeiro e a repórter do jornal O Globo Paula Ferreira para explicar a questão. Paula apresenta os argumentos dos pesquisadores, segundo os quais a pós-graduação no Brasil “não é mais política de Estado”. Eles apontam ainda falta de diretrizes e de consultas aos técnicos - a presidente da Capes, terceira a ocupar o cargo no governo Bolsonaro, rejeita todas as acusações. Renato lembra que, na produção científica brasileira, "a base de tudo é a avaliação”, um trabalho “barato”, que custa ao governo apenas as despesas dos avaliadores. Para explicar a importância da Capes, Janine lembra que quase toda a ciência no Brasil é feita na pós-graduação. Assim como em outras áreas, ele reforça que, para a ciência, é fundamental ter um plano "que diga quais são as prioridades para o futuro".
Fonte: G1